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terça-feira, 25 de outubro de 2016

Questões de Concursos e Vestibulares


Segue algumas questões para você se aprofundar ainda mais neste tema!



Treinando


1) Questão UNICAMP

A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria representar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição dos traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais.

(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras: três pinturas coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado (org.), Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica. Europa, Américas e África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 385.)

Considerando as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como:

a) renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo reformado, resgatando os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de Trento.

b) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.
d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.



2) Questão VUNESP

Ardor em firme coração nascido;
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
tu, que em um peito abrasas escondido;
tu, que em um rosto corres desatado;
quando fogo, em cristais aprisionado;
quando crista, em chamas derretido.
Se és fogo, como passas brandamente,
se és fogo, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
como quis que aqui fosse a neve ardente,
permitiu parecesse a chama fria.

O texto pertencente a Gregório de Matos apresenta todas as seguintes características:

a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dispostas em ordem direta.

b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.

c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática simétrica por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo.

d) Técnica naturalista, assimetria total de construção, ordem direta inversa, imagens que prenunciam o Romantismo.

e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das antíteses, dos anacolutos e das alegorias, construção assimétrica.


3) Questão Enem


Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.

Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.

Pois mandado pela Alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.

Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
o Faraó do povo brasileiro.

(DAMASCENO, D. Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: 2006)

Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por:

a) visão cética sobre as relações sociais.

b) preocupação com a identidade brasileira.

c) crítica velada à forma de governo vigente.

d) reflexão sobre dogmas do Cristianismo.

e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.



4) (FUVEST-SP)

"Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.

Depois da luz, se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria."

Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos Guerra, a principal característica do Barroco é:

a) culto da Natureza

b) a utilização de rimas alternadas

c) a forte presença de antíteses

d) culto do amor cortês

e) uso de aliterações



5) (FUVEST-SP) A respeito do Padre Antônio Vieira, pode-se afirmar:

a) Embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana não se ocupou de problemas locais.

b) Procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava.

c) Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos.

d) Em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais.

e) Mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos.


6) (CENTEC-BA) Não é característica do Barroco a:

a. preferência pelos aspectos científicos da vida.

b. tentativa de reunir, num todo, realidades contraditórias.

c. angústia diante da transitoriedade da vida.

d. preferência pelos aspectos cruéis, dolorosos e sangrentos do mundo, numa tentativa de mostrar ao homem a sua miséria.

e. intenção de exprimir intensamente o sentido da existência, expressa no abuso da hipérbole.




GABARITO


1) Alternativa: B

Justificativa: As artes plásticas do barroco, no Brasil, só se desenvolveram no século XVIII, também conhecido como “século do ouro”. Nesse período, as igrejas seguiam as influências barrocas em sua construção, junto aos preceitos da Contra-reforma, com o intuito de reforçar o sentimento religioso, o que confirma a letra B. As letras A, C e E estão erradas porque, nas artes plásticas, as obras seguiam as demandas de corporações eclesiásticas e voltava-se também à exigência de um público nobre.

2) Alternativa: C

Justificativa: Podemos perceber, a partir da análise da poesia “Lágrimas de amor: fogo e neve”, o dualismo barroco presente nos versos de Gregório de Matos através da mistura de religiosidade e sensualismo, misticismo e erotismo, valores terrenos e aspirações espirituais, idéias dispostas por meio de metáforas, especialmente com o uso de paradoxos. Assim podemos ver que as outras alternativas não estão corretas porque não atendem ao enunciado.

3) Alternativa: C

Justificativa: O texto de Gregório de Matos apresenta uma intertextualidade clara.Recordando as Característica da poética deste escritor, podemos observar que Gregório utilizava a sua literatura como um meio de criticar a sociedade de sua época, ainda que o fizesse por meio de metáforas, como ocorre no texto acima.

4) Alternativa: C

Justificativa: As letras D e E não apresentam nenhuma informação característica da estrofe, isso porque não há aliterações nem o culto do amor cortês. A letra A pode ser um pouco confusa pelo fato de ser mencionado palavras que nos aproxima do conceito de Natureza, porém não há nenhum tipo de culto à essas palavras no texto, tal como Sol, ou noite escura. Há rimas presentes na estrofe, porém essas não são alternadas, logo, descartamos a letra B. Dessa forma, só nos resta a alternativa C, que diz respeito à presença de antíteses no trecho. 

5) Alternativa: B

Justificativa: Padre Antônio Vieira se ocupou de problemas locais e não se mostrou tímido diante dos interesses dos poderosos. Com isso já eliminamos a letra A e E. Ele, também, não utilizava Deus para justificar todos os acontecimentos políticos e sociais e mesmo com sua espiritualidade, demonstrava interesse por assuntos “mundanos”. Dessa forma, tiramos as letras C e D. Logo, sobra a letra B que fala sobre a forma como ele adequava os textos bíblicos ao contexto de que se tratava. 

6) Alternativa: A

Justificativa: A única questão acima que não é característica do Barroco é a letra A, isto porque o barroco quer mostrar como a vida humana é de forma a mostrar a realidade entre o ser humano. Além disso tem grande incidência de aspectos cruéis e dolorosos nesta escola literária. Entretanto, o barroco não se preocupa com a visão científica das coisas. Logo a A é a resposta correta. 


Por: Miguel Botelho e Gabriel Fonseca.

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