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O QUE SÃO?
Cartas Chilenas é um conjunto de poemas,
escritos em versos decassílabos e brancos, com uma metrificação parecida com a
da epopeia, e circularam anonimamente em Vila Rica, entre 1787 e 1788, seus
versos assumem um tom satírico.
As Cartas Chilenas fazem referência à
situação administrativa da Colônia entregue aos abusos de dom Luís da Cunha
Menezes. Em treze cartaz, a personagem descreve os desmandos do governador do
Chile.
Essas cartas retomam uma longa tradição
satírica da literatura que, em língua portuguesa, surgiu com a poesia
trovadoresca. Foi feita para circular em ambientes públicos, apresentavam
estrutura e vocabulário simples para que as ideias chegassem sem grandes
dificuldades à população. Exerceram um papel próximo ao dos jornais que, muito
tempo depois, auxiliaram seus leitores na construção de uma mentalidade
crítica.
A leitura de algumas passagens das Cartas
chilenas permite identificar o tom de denúncia e de crítica aos poderosos,
indicando a visão política de Gonzaga e seus companheiros.
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EXEMPLOS:
Abaixo está um pequeno trecho das 13 Cartas Chilenas.
“Agora, Fanfarrão,
agora falo
Contigo, e só contigo. Por que causa
Ordenas que se faça uma cobrança
Tão rápida e tão forte contra aqueles
250 -- Que ao erário só devem tênues somas?
Não tens contratadores, que ao rei devem,
De mil cruzados centos e mais centos?
Uma só quinta parte, que estes dessem,
Não matava do erário o grande empenho?
255 -- O pobre, porque é pobre, pague tudo,
E o rico, porque é rico, vai pagando
Sem soldados à porta, com sossego!
Não era menos torpe, e mais prudente,
Que os devedores todos se igualassem?
260 -- Que, sem haver respeito ao pobre ou rico,
Metessem, no erário, um tanto certo,
À proporção das somas que devessem?
Indigno, indigno chefe! Tu não buscas
O público interesse. Tu só queres
265 -- Mostrar ao sábio augusto um falso zelo,
Poupando, ao mesmo tempo, os devedores,
Os grossos devedores, que repartem
Contigo os cabedais, que são do reino."
Contigo, e só contigo. Por que causa
Ordenas que se faça uma cobrança
Tão rápida e tão forte contra aqueles
250 -- Que ao erário só devem tênues somas?
Não tens contratadores, que ao rei devem,
De mil cruzados centos e mais centos?
Uma só quinta parte, que estes dessem,
Não matava do erário o grande empenho?
255 -- O pobre, porque é pobre, pague tudo,
E o rico, porque é rico, vai pagando
Sem soldados à porta, com sossego!
Não era menos torpe, e mais prudente,
Que os devedores todos se igualassem?
260 -- Que, sem haver respeito ao pobre ou rico,
Metessem, no erário, um tanto certo,
À proporção das somas que devessem?
Indigno, indigno chefe! Tu não buscas
O público interesse. Tu só queres
265 -- Mostrar ao sábio augusto um falso zelo,
Poupando, ao mesmo tempo, os devedores,
Os grossos devedores, que repartem
Contigo os cabedais, que são do reino."
ANÁLISE
No texto acima vemos uma conversa entre o
eu-lírico e o Fanfarrão. Nesse caso, Fanfarrão, que significa presunçoso, contador de vantagens, é o governador e a
crítica claramente se dirige a ele.
A forte cobrança de impostos para o erário
(conjunto de recursos financeiros públicos) de pessoas com dividas
insignificantes; desigualdade social, são algumas das muitas coisas criticadas
por Gonzaga nas cartas Chilenas.
Vemos também, a presença de um tom de denuncia em relação aos poderosos que
abusavam de seu poder para com os menos favorecidos da sociedade.
O mais legal das Cartas Chilenas é que figuras como dom Luis da Cunha Meneses, como
muitas outras figuras políticas da época, serviram de inspiração para muitos
dos personagens das cartas, o que ressaltava ainda mais o tom satírico dos
poemas.
Por Miguel Botelho e Gabriel Fonseca.
Muito resumido. Faltam muitas informações importantes. Também gostaria que os outros integrantes comentassem, pois vocês precisam entender do que se tratavam as Cartas Chilenas. E as referências para esse texto? De onde foram tiradas essas informações?
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